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21 de ago. de 2012

Pesquisa aponta...

Pesquisa aponta o baixo estímulo cognitivo como principal fator de risco para a Doença de Alzheimer

Um estudo divulgado na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (Paris) e publicado pelo periódico Lancet Neurology aponta que
metade dos casos de Doença de Alzheimer no mundo pode ser atribuída a sete diferentes fatores de risco:

1) tabagismo; 2) sedentarismo; 3) baixo estímulo cognitivo; 4) hipertensão arterial; 5) diabetes; 6) obesidade; 7) Depressão. A pesquisa ainda demonstrou que o fator que tem maior associação com a doença é o baixo estímulo cognitivo ao longo da vida seguido pelo tabagismo e sedentarismo. 

Calcula-se que 15% da população mundial nunca frequentaram a escola e outros 25% não passaram do ensino fundamental. No Brasil, o analfabetismo está na ordem de 10%, mas na região nordeste esse índice chega a quase 20%. É bom lembrar que um baixo estímulo cognitivo anda de mãos dadas com a pobreza e afetam o cérebro de forma bem precoce.

A pobreza é reconhecida como um dos principais fatores que contribuem para o número de pessoas com retardo mental ao redor o mundo. Em países desenvolvidos, a prevalência de retardo mental situa-se em torno de 3-5 / 1000 indivíduos, enquanto em países pobres encontramos uma prevalência que chega a ser cinco vezes maior. Estima-se que cerca de 200 milhões de crianças menores de cinco anos em países subdesenvolvidos não atingem seu pleno potencial de desenvolvimento cognitivo devido a condições associadas à pobreza que por sua vez está por trás de dois dos principais fatores de risco para o retardo mental: deficiência nutricional e de estímulo cerebral.

Uma revisão sobre o assunto publicada pela Academia Americana de Neurologia intitula o problema como UMA EPIDEMIA NEUROLÓGICA ESCONDIDA. Do ponto de vista de saúde pública, a pobreza tem um impacto sobre o estado neurológico muito maior que a grande maioria das doenças neurológicas com suas organizadas sociedades médicas e associações de pacientes, e com seus medicamentos que movem o business da saúde.

Atacar de frente a pobreza vai além da questão de humanismo, de direitos humanos. O Banco Mundial reconhece que dentre todas as intervenções em saúde, o controle da desnutrição pode ser considerada a que apresenta melhor custo-benefício. E os primeiros anos de vida de uma criança são os mais vulneráveis para o cérebro, começando a contar desde o primeiro dia da concepção, na barriga da mãe. A mãe precisa comer bem! Todo mundo tem que comer bem. E uma coisa puxa a outra. Crianças desnutridas têm menor chance de chegar à escola, e quando chegam têm maior chance de evasão.

Fonte:Blog Consciência no dia a dia 
Dr. Ricardo Teixeira

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