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18 de ago. de 2012

FALAR A VERDADE AO IDOSO??

FALAR A VERDADE AO IDOSO??



É direito do paciente idoso saber sobre o seu real estado de saúde?
Se lhe é concedido o direito, como falar a verdade?


Respondendo a primeira pergunta, temos o respaldo ético de três autoridades no assunto:
Do Código de Ética Médica: é vedado ao médico ” deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta ao paciente possa provocar-lhe dano, devendo, nesse caso, a comunicação ser feita pelo responsável legal”.

Do Código de Ética do Hospital Brasileiro: “O paciente e/ou seu responsável legal têm o direito irrestrito a toda informação referente à sua saúde, ao tratamento prescrito, às alternativas disponíveis e aos riscos e contra-indicações de cada uma destas. É reconhecido ao paciente o direito – igualmente irrestrito – de recusar determinado tratamento”.
Da Carta Brasileira dos Direitos dos Pacientes: “Toda pessoa necessitada de cuidados de saúde tem o direito de… ser informada a respeito do processo terapêutico a que esta submetida, bem como de seus riscos e probabilidades de sucesso…. de solicitar e receber informações relativas ao diagnóstico, ao tratamento e aos resultados de exames e outras práticas efetuadas durante a sua internação… de ser informado o real estado de sua enfermidade, do real estado de gravidade”.

Ainda é corriqueiro em nossa cultura brasileira, a máxima de não falar prognósticos catastróficos para os pacientes, com medo de agravar ainda mais o quadro clínico. Quanto menos o doente fica sabendo, talvez melhor seriam suas chances de recuperação e cura! Quanto mais idoso, menos se fala!

Porém, primeiro nos países desenvolvidos (Estados Unidos, Europa…) observamos que cada vez mais se fala a verdade para os pacientes, como um direito inalienável. Em nosso meio, esta mentalidade de “dourar a pílula”, de esconder a verdade, ainda está muito arraigada nas famílias, o que atrapalha a dificuldade de comunicação entre o médico e o paciente. Será que, realmente, estamos protegendo o paciente?

Voltemos a pergunta do título desta página: como falar a verdade…?

Como diz Léo Pessini, em seu livro “Como lidar com o paciente em fase terminal” (Ed. Santuário, 1990), de onde muitas idéias desta página foram retiradas: “O paciente em fase terminal ou então, mais amplamente, que tem uma doença incurável, TEM O DIREITO DE SABER A VERDADE. Não temos o direito de tirar a esperança de ninguém, mas igualmente não podemos acrescentar ilusões. São geralmente desastrosas as práticas de enganar. O paciente necessita, sim, de esperanças, mas não pode ser enganado.

Léo Pessini continua: “A responsabilidade primeira de comunicar a verdade é do médico, mas também quem está mais próximo do doente pode fazê-lo, com ciência do médico. Cada caso é diferente, dependendo da sensibilidade e capacidade daqueles que prestam os cuidados, bem como da condição do paciente e de sua habilidade de relacionar-se com os outros”.

Um último depoimento, de uma senhora idosa portadora de câncer: ” Não sou mais obrigada a ouvir, em respostas as minhas perguntas silenciosas, as palavras, certamente bem-intencionadas, de consolo hipócrita, que me dirigiam as enfermeiras… Pouparam-me que se falasse uma coisa aqui no quarto e outra diferente lá fora, diante da porta… A palavra CÂNCER foi pronunciada inclusive por mim mesma. Com isto, foi-me evitada a humilhação de ser animada por consoladores sem a mínima sensibilidade. Dessa forma, foi preservada a minha dignidade, pude continuar a viver como ser humano. Creio que o mais importante, no entanto, foi que a mim e a meus familiares, foi poupado um triste jogo de esconder. Dessa maneira, não se criou nenhuma barreira entre nós. Continuamos unidos, exatamente quando era tão necessário e aproximamo-nos mais ainda”!

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