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23 de jul. de 2013

DESCANSAR AJUDA A MELHORAR A SUA MEMÓRIA



Descanse... Segundo estudo da Universidade de Edimburgo (Escócia), se você quer se lembrar do que aprendeu, inclusive em longo prazo, não pode deixar de fazer intervalos/descansar.

Esta conclusão vem de uma pesquisa com um grupo de homens e mulheres idosos. Os cientistas contaram histórias a eles e, em seguida, os instruíam a relaxar, fazer uma breve pausa e fechar os olhos por 10 minutos em um quarto escuro. 

Após isso, tiveram que recontar as histórias, com todos os detalhes possíveis. O mesmo grupo também ouviu outras histórias, porém, ao invés de descansar, eles foram distraídos com uma nova tarefa.

No geral, os participantes do estudo se lembraram muito melhor, e com mais detalhes, das histórias que ouviram antes de descansarem. Esse impulso de memória persistiu até uma semana depois, quando os participantes ainda se lembravam de bastantes detalhes.

Pesquisas anteriores já haviam demonstrado que jovens e idosos têm melhor recordação de informação quando descansam alguns minutos entre aprendê-la e ter que repeti-la. Este estudo acrescentou evidências de que os mesmos minutos de descanso podem ter um efeito até mesmo em longo prazo na consolidação da memória.


OS TRÊS CÉREBROS.


Estudos apontam que o cérebro é uma estrutura "tripartida" olhando do ponto de vista evolutivo, onde cada componente desempenha funções especializadas. Em conjunto, estes componentes funcionam como um centro de comando e controle de todas as ações do nosso corpo. São elas o cérebro reptiliano, o cérebro límbico e o neocórtex.


Imagem ilustrativa.


22 de jul. de 2013

APROVADA DROGA BIOLÓGICA CONTRA O LÚPUS

BRASIL APROVA NOVA DROGA BIOLÓGICA CONTRA O LÚPUS


O primeiro medicamento desenvolvido em mais de 50 anos para tratar especificamente pessoas com lúpus chegou ao mercado brasileiro neste mês. A droga, batizada de Benlysta, é uma proteína que combate o processo responsável por levar o corpo do paciente a atacar as próprias células de defesa.

O tratamento é caro. Cada infusão da droga, administrada por injeção intravenosa, custa R$ 3.800 para alguém com até 60 kg. Só no primeiro ano do tratamento, é preciso desembolsar R$ 57 mil pelas 15 doses previstas, mas o custo pode ser maior, de acordo com o peso do paciente, segundo a fabricante GSK.

O tratamento existente hoje, à base do anti-inflamatório cortisona, não custa mais do que R$ 2.000 ao ano. A droga também é distribuída pela rede pública de saúde.

'Não tinha força para abrir pasta de dente', diz paciente que se recuperou do lúpus

Estima-se que o Brasil tenha 200 mil pessoas com lúpus. Por ano, mais de mil casos são diagnosticados. Segundo o Ministério da Saúde, em 2012, a doença levou à internação 4.475 pessoas. As mulheres são as mais afetadas. Em cada grupo de dez doentes, nove são mulheres em idade reprodutiva.

O lúpus é uma doença autoimune. Morton Scheinberg, reumatologista que coordenou parte dos testes clínicos da nova droga no Hospital Abreu Sodré, explica que os linfócitos B, células de defesa, produzem anticorpos que atacam o organismo das pessoas que têm a doença.

O lúpus mais "leve" causa artrite, fadiga, perda de cabelo e problemas na pele. Em fase moderada, a doença leva a uma queda no número de plaquetas e glóbulos brancos no sangue. Casos graves acometem os rins e o sistema nervoso central, causando desde dores de cabeça até convulsões e paralisia.

O novo remédio, que também é um tipo de anticorpo, dificulta o amadurecimento dos linfócitos B para reduzir seu ataque aos tecidos saudáveis do organismo.

Segundo Roger Levy, professor da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e pesquisador que avaliou o Benlysta no Brasil, os efeitos adversos da cortisona aparecem com o tempo. "Anos de uso podem causar diabetes, hipertensão, aumento de peso, queda de cabelo e necrose nos ossos", afirma.

A nova droga, porém, não é isenta de efeitos colaterais, incluindo infecções graves, náuseas, diarreias e febre.
De acordo com o reumatologista Luiz Coelho Andrade, da Unifesp, o Benlysta não vai substituir o tratamento existente. "O uso deverá ser complementar ao tratamento convencional."

O médico nota avanços no tratamento da doença. "Há 40 anos, mais da metade das pessoas com lúpus morria. Hoje, quando o paciente descobre que tem a doença, dizemos que ele vai levar uma vida normal, apesar de eventuais complicações."

A FDA (agência reguladora de fármacos nos EUA) autorizou a venda do Benlysta após oito anos de pesquisa. Os estudos foram feitos em 31 países, incluindo o Brasil. A GSK diz que pretende comercializar o medicamento também na versão para injeção subcutânea em três anos.

Colaborou DÉBORA MISMETTI

DHIEGO MAIA
RICARDO MANINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA




21 de jul. de 2013

''Eu quero voltar pra casa'', por Rolando Boldrin (05/07/2012)

MITOS E VERDADES SOBRE ALZHEIMER








O primeiro sintoma do alzheimer é a perda da memória MITO: não é apenas a perda da memória que sinaliza o alzheimer. A doença atinge inicialmente a parte do cérebro que controla a linguagem, a memória e o raciocínio, outros sintomas podem indicar sua chegada. "Esquecimentos persistentes de fatos recentes, recados, compromissos, dificuldades com planejamento de atividades, cálculos, controle das finanças, desorientação no tempo e no espaço, dificuldade de executar tarefas rotineiras e alterações de comportamento (como comportamentos inesperados, inadequados, incomuns para aquela pessoa) são os primeiros sinais da doença de alzheimer", explica o psiquiatra Cássio Bottino, professor do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) Getty Images






Quem tem este mal esquece coisas que acabaram de acontecer, mas lembra fatos antigos. VERDADE: as primeiras alterações sofridas pelos pacientes é na memória recente, ou seja, a pessoa tem dificuldade de recordar eventos que acabaram de acontecer, mas consegue se lembrar sem problemas de algo que aconteceu na infância, por exemplo. "A doença afeta primeiramente o hipocampo, por isso as pessoas experimentam dificuldade em recordar fatos recentes, mas se lembra do que aconteceu muitos anos atrás", explica o psiquiatra Orestes Forlenza, professor pesquisador do Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)




Quem tem alzheimer não consegue compreender o que se passa ao seu redor. MITO: a pessoa com a doença, apesar das dificuldades de memória e dos outros sintomas, se mantém consciente do que acontece ao seu redor. Apenas nos estágios avançados isso pode mudar. "Há que se ressaltar que, embora precise de cuidados, o idoso com alzheimer não passa a ser uma criança. Ele continua sendo fonte de sabedoria e experiência e merece o respeito antes dispensado a ele e tem que ter garantido seu papel e espaço nas relações familiares", enfatiza a psicóloga Fernanda Gouveia Paulino, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz)




Doenças cardiovasculares aumentam o risco de desenvolver a doença. VERDADE: doenças cardiovasculares e cerebrovasculares podem aumentar o risco de vários tipos de demência e também da doença de alzheimer. "Assim, é importante o diagnóstico e seguir as orientações do profissional de saúde, tratando qualquer tipo de doença, e principalmente mudando em qualquer idade a maneira de viver", afirma o geriatra Paulo Canineu, professor da Faculdade de Medicina da PUC São Paulo e diretor do Instituto Paulo Canineu




Alimentos que contêm ômega 3 ajudam a prevenir o mal de Alzheimer. PARCIALMENTE VERDADE: a alimentação não evita a doença, mas se for saudável, pobre em gorduras e bem balanceada certamente contribui para menos problemas cardiovasculares que podem agravar o quadro de demência. "Alimentos ricos em vitamina B12, cálcio e flavonoides contribuem para retardar o quadro ao menos em estudos de grandes populações", aponta o psiquiatra Jerson Laks, coordenador do Centro para Doença de Alzheimer e outros transtornos relacionados ao idoso e professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)




Esquecer as coisas significa ter o mal de Alzheimer. MITO: problemas de memória podem estar relacionados a diversos fatores, como outras demências, ou até mesmo estresse e depressão. Além disso, a doença de alzheimer vai atingir as memórias recentes, enquanto memória de fatos acontecidos há mais tempo (como na infância) são preservadas. "A pessoa com alzheimer tem sua memória de curto prazo comprometida, demonstrando dificuldade cada vez maior de memorizar, de registrar novas informações, de aprender coisas novas. No entanto, sua memória episódica, ou seja, de longo prazo, está preservada", aponta o psiquiatra Orestes Forlenza, professor pesquisador do Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)





Receber um diagnóstico de alzheimer significa que a vida acabou. MITO: receber um diagnóstico de alzheimer é chocante e assustador, tanto para a pessoa quanto para a família. Mas não significa que a vida acabou. Atualmente, com o tratamento adequado, uma pessoa com a doença pode te ruma sobrevida de até 20 anos. "Muitos pacientes, se bem estimulados, têm excelente qualidade de vida, divertem-se, relacionam-se de maneira prazerosa e agradável e levam uma vida bem organizada", afirma a psicóloga Fernanda Gouveia Paulino, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz)





A prática de exercícios físicos é importante para pessoas com alzheimer. VERDADE: exercitar-se pode retardar a manifestação da doença, assim como amenizar seus sintomas. "O exercício físico ao longo da vida retarda o aparecimento da doença. Também ajuda - e muito - os pacientes e seus cuidadores a terem uma melhor qualidade de vida", ressalta Jerson Laks, coordenador do Centro para Doença de Alzheimer e Outros Transtornos Relacionados ao Idoso e professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)





É possível evitar o mal de Alzheimer. PARCIALMENTE VERDADE: é possível tentar prevenir, mas ainda não existem evidências científicas mostrando que é possível evitar a doença. "Atividades cognitivas, boa alimentação e exercícios físicos podem contribuir para retardar o início, porque aumentam a reserva cognitiva e podem ajudar a pessoa a desenvolver estratégias para lidar com os deficits, mas não impedem o desenvolvimento da doença", aponta Cássio Bottino, professor do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Especialistas também concordam que prevenir as doenças cardiovasculares pode colaborar para prevenir o alzheimer





Jogos de raciocínio, como palavras cruzadas e sudoku, ajudam a evitar a doença. MITO: jogos de raciocínio podem ajudar amenizar os sintomas e até colaborar para o tratamento do alzheimer, mas não significa que vão evitar que uma pessoa desenvolva a doença. "Através destas atividades cognitivas que despertam os indivíduos para novas aprendizagens e bons desafios, combinados com uma boa interação social, podem abrir-se novos circuitos cerebrais e, assim, aumentar a chamada reserva cognitiva. Levará mais tempo para o cérebro ser danificado. Mas não se pode dizer que evitam a doença", afirma o geriatra Paulo Canineu, professor da Faculdade de Medicina da PUC São Paulo e diretor do Instituto Paulo Canineu



O alzheimer atinge apenas idosos. MITO: apesar da doença atingir mais os idosos, ela também pode se desenvolver em pessoas com menos de 65 anos. "A Doença de Alzheimer de Início Precoce (Daip), que atinge pessoas com menos de 65 anos, é mais rara (cerca de 10% do total) e é caracterizada por um declínio mais rápido das funções cognitivas", explica o psiquiatra Orestes Forlenza, professor pesquisador do Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)



Se alguém na minha família tem ou teve alzheimer, eu também terei. MITO: não há evidências científicas que comprovem com segurança a hereditariedade da doença. "Ainda não sabemos todos os mecanismos genéticos envolvidos na doença de alzheimer. Alguns genes já estão reconhecidos, mas ainda há um bom caminho a andar nesse sentido para sabermos exatamente quais os principais responsáveis", aponta Jerson Laks, coordenador do Centro para Doença de Alzheimer e outros transtornos relacionados ao idoso e professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)




Mal de Alzheimer não tem cura. VERDADE: infelizmente não há cura. Porém, existem tratamentos que retardam a evolução da doença e outros que minimizam os distúrbios no humor e comportamento. "Existem medicamentos que podem retardar a progressão da doença e que possibilitam uma melhora expressiva. Nas fases mais avançadas, também é possível contar com terapias não medicamentosas, como terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia etc, que ajudam muito a amenizar os sintomas e a melhorar qualidade de vida", explica o psiquiatra Orestes Forlenza, professor pesquisador do Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)




Pancadas na cabeça podem acarretar o mal de Alzheimer. VERDADE: estudo da Universidade da Pensilvânia (EUA) realizado pelo neurologista Tracy McIntosh e publicado no "Journal of Neuroscience" relacionou pancadas e ferimentos na cabeça com o desenvolvimento do alzheimer. De acordo com a pesquisa, a concentração cerebral de proteínas que contribuem para a formação das placas senis (um dos fatores por trás da doença) aumenta após um traumatismo craniano. Outra pesquisa, feita pela Universidade de Rochester (EUA), afirma que receber pancadas repetidas na cabeça criam lesões permanentes, mas imperceptíveis, que podem desencadear doenças neurológicas. Isso poderia explicar o caso de boxeadores como o brasileiro Maguila, recentemente diagnosticado com alzheimer






Mulheres têm mais chances de desenvolver alzheimer. VERDADE: o mal de Alzheimer afeta duas vezes mais as mulheres que os homens, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) de 2012. Para quem chegou aos 65 anos, o risco futuro de surgir alzheimer é de 12% a 19% no sexo feminino; e de 6% a 10% nos homens. Como a doença está relacionada com a idade, parte da explicação está no fato de que as mulheres tendem a viver mais. Porém os mecanismos biológicos por trás dessa diferença tão grande ainda não foram completamente compreendidos

CASOS DE ALZHEIMER TÊM CRESCIDO PELO MUNDO

De repente, a pessoa esquece onde deixou as chaves do carro, o nome de um conhecido, a conversa que teve pela manhã. Com o tempo, esses esquecimentos se tornam mais frequentes e outras funções são comprometidas: a pessoa não lembra o caminho de volta para casa, confunde datas, liga o chuveiro e sai do banheiro, não consegue fazer uma tarefa rotineira. Esses são os primeiros sinais de alzheimer, uma doença que está se tornando cada vez mais comum.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a doença de alzheimer afete atualmente entre 24 e 37 milhões de pessoas. Esse número está crescendo a cada ano e, segundo estimativas da organização, pode chegar a 115 milhões de pessoas até 2050. No Brasil não existem dados precisos sobre quantas pessoas têm a doença, mas a OMS estima que seja algo em torno de um milhão.


O alzheimer é o tipo mais comum de demência, que é a perda ou redução progressiva das capacidades cognitivas – ou seja, do processo que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio e linguagem, entre outros. Essa perda ou redução pode ser parcial ou completa, permanente ou momentânea. De qualquer forma, ela pode comprometer essas capacidades cognitivas a pondo de provocar a perda de autonomia da pessoa.


Outras demências comuns são a vascular e a com corpos de Lewy. A primeira, como o nome diz, é causada por uma doença vascular encefálica (como um acidente vascular cerebral isquêmico). Já a demência com corpos de Lewy é caracterizada pela presença de agregados proteicos (os corpos de Lewy) nos neurônios.


O alzheimer é uma doença neurodegenerativa, ou seja, que destrói os neurônios progressivamente. Essa degeneração começa no hipocampo, área que processa a memória, e com o tempo se espalha por outras regiões do cérebro. "Existem dois mecanismos por trás da doença: as placas beta-amiloides (também conhecidas como placas senis), que são formadas pelo depósito da proteína beta-amiloide no espaço existente entre os neurônios, e os emaranhados neurofibrilares, que são formados pela proteína tau, que se deposita no interior dos neurônios", explica o geriatra Paulo Canineu, professor da Faculdade de Medicina da PUC São Paulo.

O começo das alterações é lento e os primeiros sinais geralmente são confundidos com o próprio envelhecimento. Mas, conforme a doença avança, os sintomas se agravam: começam a surgir dificuldades de linguagem e motoras, problemas para reconhecer familiares ou amigos, alterações no sono e no comportamento, desorientação no tempo e no espaço. Nos estágios mais avançados, a pessoa tem dificuldade de executar as tarefas mais básicas, como tomar banho, vestir-se e alimentar-se.

O risco da idade

Ainda não se sabe exatamente qual é a causa do alzheimer, mas se conhecem alguns fatores de risco. E a idade é o maior deles. O mal geralmente afeta pessoas com 65 anos ou mais - atingindo menos de 0,5% das pessoas abaixo de 40 anos. Porém, a partir dos 65 anos, o risco de desenvolvê-lo praticamente duplica a cada cinco anos – ou seja, uma pessoa com 70 anos tem o dobro de chance de desenvolver a doença em relação a uma de 65, e assim em diante.

As doenças cardiovasculares são outro fator de risco relevante para o desenvolvimento do mal de Alzheimer, já que contribuem para a degeneração dos neurônios. "As doenças cardiovasculares podem aumentar o risco e também acelerar a progressão do alzheimer", afirma o psiquiatra Cássio Bottino, professor do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).

O risco também é mais alto em pessoas que têm história familiar da doença ou de outras demências. "Ainda não sabemos todos os mecanismos genéticos envolvidos, entretanto, quanto mais jovem a pessoa com a doença, maior é a ocorrência dela no seu contexto familiar", explica o psiquiatra Jerson Laks, coordenador do Centro para Doença de Alzheimer e outros transtornos relacionados ao idoso e professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Convivendo com a doença

Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maior a chance de o tratamento ser bem-sucedido – e do paciente ter uma vida mais longa e com mais qualidade. Por isso, é muito importante ficar atento aos primeiros sinais. "Em caso de suspeita da doença, a busca por profissional qualificado que faça o diagnóstico é um determinante no seguimento do quadro e resposta aos tratamentos", afirma a psicóloga Fernanda Gouveia Paulino, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).

O alzheimer não tem cura, nem pode ser revertido. Mas existem remédios que reduzem a velocidade da sua progressão. "Existem dois tipos de medicamento para tratar o problema, que podem ser usados juntos ou separados: os anticolinesterásicos, que repõem acetilcolina (mediador químico cerebral da memória e aprendizagem) e os antiglutamatérgicos (que diminuem a sobrecarga de cálcio, reduzindo a morte dos neurônios)", explica o psiquiatra Orestes Forlenza, professor pesquisador do Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

Também é importante combinar à terapia medicamentosa tratamentos de reabilitação cognitiva, de atividade física e de orientação nutricional. Aqui entram diversos profissionais como terapeuta ocupacional, fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores físicos, assistentes sociais e enfermeiros – dependendo das necessidades de cada paciente – que podem contribuir significativamente para a qualidade de vida do paciente.

Com os avanços no tratamento do mal de Alzheimer e as outras terapias de apoio, a sobrevida dos pacientes tem aumentado muito. Hoje, alguém com a doença consegue viver de 15 a 18 anos com ela. "Muitos pacientes, se bem estimulados, têm excelente qualidade de vida, divertem-se, relacionam-se de maneira prazerosa e agradável e levam uma vida bem organizada", afirma Paulino.


ALZHEIMER E APOSENTADORIA


Risco de alzheimer diminui com adiamento da aposentadoria, dizem estudos



Por fim há boas notícias sobre o mal de Alzheimer: a frequência desta doença cerebral incurável, que afeta sobretudo as pessoas mais idosas, pode ser menor que a prevista, e seu risco cairia com o adiamento da aposentadoria, revelam estudos.

Melhor ainda, as pessoas com mais de 90 anos estariam inclusive mais alertas mentalmente que os nonagenários de 10 anos atrás, indica um estudo realizado há pouco tempo por pesquisadores da Dinamarca.

Embora ainda não exista um tratamento eficaz para curar ou atrasar o alzheimer - uma doença neurodegenerativa que provoca perda de memória, uma diminuição das funções cerebrais e até uma modificação da personalidade -, estas pesquisas trazem agora novas esperanças.

Segundo um estudo britânico publicado na revista científica The Lancet, a porcentagem de pessoas de 65 anos ou mais velhas que sofrem de alzheimer teria baixado na Grã-Bretanha quase 25% em um período de 20 anos, passando de 8,3% para 6,5%.

Os pesquisadores, dirigidos pela doutora Carol Brayne, do Instituto de Saúde Pública da Universidade de Cambridge, compararam dois grupos de 7.000 pessoas nas mesmas regiões da Inglaterra e de Gales. O primeiro estudo foi realizado no início dos anos 1990 e o segundo entre 2008 e 2011.

Com base nas estatísticas obtidas nos dois estudos, os especialistas concluíram que o número de pessoas com mal de Alzheimer no Reino Unido chegou a 884.000 em 2008, mas caiu a 670.000 em 2011.

Os números geraram otimismo ao sugerir que 114.000 pessoas a menos estariam sofrendo esta terrível doença no Reino Unido.

A notícia é importante e vai contra uma série de projeções atuais: a maioria dos governos europeus se prepara para elaborar programas específicos contra o alzheimer baseados em projeções que sugerem uma forte alta do número de doentes.

Segundo estimativas fornecidas em março pelos protagonistas de um projeto europeu de cooperação sobre o mal de Alzheimer, mais de 10 milhões de pessoas com mais de 65 anos podem sofrer de alzheimer em 2040 na Europa, contra 6,3 milhões em 2011.

Outra boa notícia vem de estudos que apontam que adiar a data da aposentadoria contribuiria para atrasar o alzheimer.

Esta é a conclusão de um estudo realizado pelo Instituto Francês de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm), cujos resultados preliminares foram apresentados nesta semana em Boston, no nordeste dos Estados Unidos, durante a Conferência da Associação Internacional do Alzheimer.

Este estudo, realizado com 429.000 pessoas, concluiu que cada ano adicional de trabalho depois de completar os 60 anos reduziria em quase 3% o risco de sofrer desta doença cerebral irreversível, que destrói progressivamente a memória e as habilidades cognitivas.

"Nossos dados demonstram que uma idade tardia de aposentadoria está associada a uma diminuição altamente significativa do risco de demência", ressaltou Carole Dufouil, que dirigiu o estudo do Inserm.

Estudos epidemiológicos anteriores demonstraram que pessoas que têm um nível avançado de estudo ou de atividades estimulantes no plano cognitivo têm menor risco de desenvolver o mal de Alzheimer.

"A hipótese levantada com mais frequência é a de que os estímulos (intelectuais) contribuiriam para preservar a reserva cognitiva, atrasando, assim, as consequências clínicas de anomalias cerebrais", explicou a pesquisadora francesa.

Além da estimulação cognitiva, a atividade profissional permite manter uma rede social, fator também associado por certos estudos a "um menor risco de demência", completou a pesquisadora.


12 de jul. de 2013

SUSPEITA DE ALZHEIMER EM ÉDER JOFRE

11/07/2013 - 22h10

Éder Jofre está internado e há suspeita de que esteja com mal de Alzheimer

O ex-pugilista Éder Jofre, 77, está internado na Santa Casa de Misericórdia, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Ele passa por bateria de exames e há suspeita de que esteja com mal de Alzheimer, doença que deteriora o funcionamento cerebral. Ele está em observação e o estado não é grave.

Ele foi levado, na madrugada desta quinta-feira, para o hospital de Campo Limpo, que fica próximo a casa de sua filha, Andrea. Segundo seu outro filho, Marcel, Éder está sofrendo de depressão desde a morte de sua mulher, Maria Aparecida, em maio.

"Depois da morte de minha mãe, achamos melhor que meu pai morasse com minha irmã. Nesta madrugada, ele acabou tendo um surto de agressividade e achamos melhor levá-lo para o hospital. Como ele está tendo alguns lapsos de memória, coisa pequena, estão sendo feitos exames para saber se há a possibilidade do Alzheimer", disse Marcel Jofre.

A família optou pela Santa Casa, segundo Marcel, porque tem um ótimo setor de psiquiatria.

Éder Jofre é considerado o maior pugilista brasileiro da história e conquistou dois títulos mundiais de boxe, nos anos 60 e 70. Na categoria galo venceu pela AMB (Associação Mundial do Boxe) e na pena pelo CMB (Conselho Mundial de Boxe).

Foram 78 lutas como profissional, com 72 vitórias, sendo 50 por nocaute. Foram quatro empates e duas derrotas.


Testado medicamento que reverte danos de Alzheimer



Investigadores do Sanford-Burnham Medical Research Institute, na Califórnia (EUA), vão testar em humanos um novo medicamento capaz de impulsionar as sinapses cerebrais que os pacientes deAlzheimer perdem com a doença, revitalizando as suas capacidades.

Segundo o comunicado do Instituto, este medicamento designado por NitroMemantine, que vai agora ser testado em humanos, baseia-se na combinação de dois medicamentos já aprovados anteriormente pela Food and Drug Administration (FDA), que servem para travar a perda de memória e o declínio das capacidades cognitivas.

Esta investigação, levada a cabo, durante 10 anos, pelo professor e diretor do centro de neurociência da Sanford-Burnham, Stuart A. Lipton, revela que o NitroMemantine pode restaurar as sinapses, permitindo a ligação entre os neurónios, que tem tendência a perder-se com a doença.

NitroMemantine restaura ligações sinápticas

Com esta descoberta torna-se possível registar melhorias não só no início da doença, mas também numa fase mais tardia, permitindo restaurar as ligações sinápticas dos pacientes mesmo com a presença das placas amiloide e dos novelos neurofibrilares, que provocam alterações destrutivas no cérebro.

Com os estudos desenvolvidos em animais, a equipa de investigadores confirmou que os peptídeos amiloide, que até agora se julgava serem prejudiciais para as sinapses, na realidade ajudam a controlar as quantidades excessivas do neurotransmissor Glutamate.

Em quantidades normais, estes neurotransmissores, que se localizam perto das células nervosas, são motores de desenvolvimento da memória e da capacidade de aprendizagem. No entanto, podem ser perigosos quando existem em quantidades excessivas, como acontece nos doentes de Alzheimer, conduzindo a perdas sinápticas.

Medicamento previne e cura

O laboratório de Stuart A. Lipton já tinha desenvolvido um medicamento para combater a doença, chamado Memantine, que foi aprovado em 2003 pela FDA, no entanto a eficácia deste tratamento tem-se revelado limitada, pelo que foi necessário juntar-lhe um fragmento da molécula de nitroglicerina, medicamento também aprovado pelo FDA.

Como referiu o especialista, “com este trabalho mostramos que a capacidade de proteção que o memantine tem é limitada”, no entanto, por sua vez, “o NitroMentantine faz com que as sinapses voltem ao normal após alguns meses de tratamento, como se tem detetado nos ratos testados”, acrescentou.

Até à data, as terapias criadas para atacar as placas amiloides e os neurofibrilares têm sido insuficientes, o que, para o investigador "é muito dececionante”. No entanto, Lipton acredita que NitroMemantine possa “trazer uma nova esperança tanto para os mais recentes como para os mais antigos pacientes de Alzheimer”.

Fonte: Sanford Burnham - Medical Research Institute (12/06/2013)

Postado por Daisi Oliveira de Souza


Estudo mostra a relação vascular e a doença de Alzheimer com a cognição



• Pesquisadores da Escola Perelman de Medicina da Universidade da Pensilvânia descobriram que, através de uma variedade de doenças neurodegenerativas, doença vascular cerebral que afeta a circulação de sangue no cérebro foi significativamente associada com demência.

• Os pesquisadores dizem que as pessoas que já possuem características clínicas da doença de Alzheimer e outros distúrbios de memória podem se beneficiar de tratamentos eficazes disponíveis atualmente para reduzir os problemas vasculares. , portanto, controle precoce de fatores de risco doenças vasculares, como hipertensão arterial e colesterol, bem como a adoção de uma dieta "coração saudável", bem como o exercício físico e outras formas de vida na meia-idade pode retardar ou prevenir o aparecimento da demência na doença de Alzheimer e doença de Parkinson.

• A ligação entre a doença vascular cerebral foi mais forte com a doença de Alzheimer, em comparação com outras doenças neuro degenerativas, como a degeneração frontotemporal lobar, esclerose amiotrófica lateral e doença de Parkinson, e o efeito foi mais pronunciado nos doentes mais jovens Alzheimer , de acordo com o estudo, publicado na revista do cérebro.


• Ele disse que o autor do estudo, Dr. John Q. Trojanowski, diretora do Instituto Nacional sobre o Envelhecimento:

• "Embora ela tenha evidências que sugerem que a doença vascular poderia desempenhar um papel em doenças neuro degenerativas, este é o primeiro estudo que compara a carga da doença vascular em doenças neuro degenerativas com várias origens diferentes, ou diferentes".

• "Ficamos surpresos ao encontrar uma ligação muito forte com a doença de Alzheimer doença vascular, especialmente em pacientes mais jovens, em comparação com indivíduos com outras doenças neuro degenerativas."


• Esses pesquisadores analisaram 5.715 casos da base de dados da doença no National Focal Point de Alzheimer (NACC), que foram coletados de 35 centros de Alzheimer em todos os EUA desde 1999. Este é o primeiro estudo para comparar a presença de doença cerebrovascular em todo o espectro de doenças neuro degenerativas.

• Cerca de 80% das mais de 4.600 pacientes com doença de Alzheimer mostraram algum grau de patologia vascular , definidos como os vasos sanguíneos bloqueados ou endurecidos, morte do tecido devido à falta de fornecimento de sangue ou hemorragia no cérebro, em comparação com 67 % no grupo de controlo de pessoas sem notável patologia cerebral, e 66% no grupo de doença de Parkinson.

• O principal autor do estudo Jon B. Toledo, investigador pós-doutorado na University of Pennsylvania Perelman School of Medicine diz que:

• "Na ausência de qualquer doença modificando mudança tratamento o curso da doença de Alzheimer e de Parkinson, esperam que o uso diligente de tratamentos existentes para a doença vascular e da implementação de campanhas promocionais sobre estilos de vida saudáveis e jovens pessoas mais velhas pode ter um impacto positivo na prevenção ou redução dos sintomas de demência na doença de Alzheimer e doença de Parkinson. "

• Fonte: ScienceNewsline

Postado por Daisi Oliveira de Souza
tradução automática Google


DEMÊNCIA DIGITAL - ALÉM DO VÍCIO

OLHA AÍ PESSOAL MATÉRIA IMPORTANTE PARA EDUCADORES E PAIS/FAMILIARES.
REPASSEM ESTA IMPORTANTE INFORMAÇÃO.
SABENDO USAR TODOS PODERÃO FAZER BOM USO DA TECNOLOGIA COM SAÚDE.


DEMÊNCIA DIGITAL - ALÉM DO VÍCIO

Médicos Coréia do Sul registram um aumento de demência “digital” entre os jovens que têm se tornado tão dependentes de eletrônicos que não podem mais se lembrar de alguns detalhes mundanos como seus números de telefone

Segundo o "The Telegraph", o país asiático, um dos mais desenvolvidos em matéria de tecnologia digital, é também um dos mais propensos a ter os seus cidadãos ao vício em internet , um "mau" detectado em adultos e crianças e resultando na deterioração das capacidades cognitivas, os sintomas são mais comuns em pessoas que sofreram uma lesão cerebral ou doença psiquiátrica.

"O uso excessivo de smartphones '' dispositivos de jogos e dificulta o desenvolvimento equilibrado do cérebro", explica Byun Gi-won, Medical Center Brain Balance, em Seul, o jornal "Korea JoongAng Daily".

"Alguns usuários estão propensos a desenvolver o lado esquerdo de seu cérebro mais do que o direita, deixando o último inexplorado ou subdesenvolvidos", disse ele.

O lado direito do cérebro está relacionado com a concentração, de modo a que possam afetar o desenvolvimento da memória e de atenção, o que significa que 15% dos casos iria levar ao aparecimento precoce da demência.
De acordo com o relatório médico, o percentual de pessoas entre 10 e 19 anos que usam smartphones'''' por mais de sete horas por dia é de 18,4%, 7% a mais que no ano passado. De acordo com a neurocientista alemão Manfred Spitzer , autor de " Dementia Digital ", o déficit no desenvolvimento cerebral que é irreversível.

Esta síndrome não é nova: foi descoberta em 1990, em função da dependência da internet detectada tanto em jovens como adultos, com consequências graves como senilidade e lesões cerebrais. Na realidade, o uso excessivo da tecnologia impede o desenvolvimento natural do cérebro, comprometendo o crescimento do hemisfério direito daqueles que passam um tempo excessivo diante de computadores.

Aspectos como concentração, atenção e memória são gravemente prejudicados. Os prognósticos do futuro não são animadores, na medida em que cresce o tempo que os jovens passam diante dos terminais.

Fonte: Alzheimer Universal

Postado por Daisi Oliveira de Souza


5 de jul. de 2013

APLICATIVO DIAGNOSTICA ALZHEIMER EM 10 MINUTOS



CIENTISTAS CRIAM APLICATIVO QUE DIAGNOSTICA ALZHEIMER EM 10 MINUTOS


A FERRAMENTA DÁ TRÊS TIPOS DE CLASSIFICAÇÕES PARA POSSÍVEIS DOENTES: "INVESTIGAR", "MONITORAR" E "SEM MOTIVO PARA PREOCUPAÇÃO"


Um novo aplicativo para iPad promete reduzir o tempo que os médicos levam para diagnosticar Alzheimer em seus pacientes - de três anos para dez minutos.

O Cantab Mobile, desenvolvido pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, é projetado para ajudar o diagnóstico precoce da doença. A ideia é que até os pacientes consigam usar o aplicativo em seus iPads.

A ferramenta, disponível em 20 línguas, dará três tipos de classificações para os possíveis doentes: "Investigar", "Monitorar" e "Sem motivo para preocupação".

A desenvolvedora Cambridge Cognition adverte que o Cantab Mobile serve apenas para auxiliar o diagnóstico preliminar e não para obter uma análise profunda. O teste dá aos médicos uma melhor idéia de como proceder com a triagem e o tratamento.

O novo app ainda não está disponível para o público e, por enquanto, só será distribuído para profissionais de saúde registrados no Reino Unido.



3 de jul. de 2013

Após transplante de medula, dois pacientes em Boston se livram do HIV.



Dois pacientes com HIV foram identificados como livres da infecção após passarem por transplante de medula para tratar um câncer sanguíneo, segundo anúncio nesta quarta-feira em uma conferência internacional sobre Aids. O tratamento que permitiu aos pacientes abandonar a medicação contra o HIV foi realizado em Boston, nos Estados Unidos.

O resultado lembra o caso conhecido como "o paciente de Berlim". Timothy Ray Brown recebeu o transplante de medula de um doador com uma rara mutação que oferece resistência ao HIV e não apresentou sinais da infecção mesmo cinco anos após o tratamento.

Segundo os pesquisadores, os casos de Boston, assim como o de Brown, não representam uma alternativa para os 34 milhões de pessoas com HIV. O tratamento só foi possível devido ao câncer sanguíneo dos pacientes, que tiveram acesso a hospitais com os recursos avançados necessários para realizar esse tipo de transplante.

Segundo a presidente da Sociedade Internacional da Aids e pesquisadora responsável pela descoberta do vírus HIV, Françoise Barré-Sinoussi, as descobertas de Boston são "muito interessantes e encorajadoras". O anúncio dos casos foi feito na conferência anual da entidade, em Kuala Lumpur, na Malásia.

Médicos do Brigham and Women's Hospital, onde os tratamentos foram realizados, evitam falar em cura. A técnica utilizada envolve um enfraquecimento do sistema imunológico antes do transplante da medula óssea. Esse procedimento pode ser fatal em até 20% dos casos. "Não podemos falar em cura, o acompanhamento dos pacientes [após o tratamento] ainda é muito curto", explicou ainda uma das médicas responsáveis.

Os médicos explicam que após o transplante as novas células atacam as células antigas do paciente em um processo que pode durar nove meses e, sem controle, pode ser fatal. Os pacientes de Boston usaram imunossupressores e esteroides e continuaram com a medicação contra o HIV para que o vírus não se reproduzisse. Como as células antigas, onde o vírus se aloja, foram eliminadas, os especialistas acreditam que os pacientes podem ter se livrado completamente da infecção.

Segundo os médicos, seria antiético fazer o tratamento em pacientes que não estivessem em estado crítico, especialmente porque a maioria das pessoas com HIV pode levar uma vida praticamente normal fazendo uso de medicamentos.

Um dos pacientes abandonou os remédios contra o HIV há sete semanas. O outro está sem medicação há 15 semanas. Nenhum traço do vírus foi encontrado em seus sistemas imunológicos desde então. Em casos normais de abandono dos antirretrovirais, o vírus volta a aparecer em menos de um mês, mas o período pode variar dependendo do paciente. "Pode voltar em uma ou seis semanas", explica Timothy Henrich, médico responsável pelos pacientes de Boston. "Só o tempo dirá", acrescenta.




2 de jul. de 2013

TREMOR NAS PÁLPEBRAS...


...é sinal de que é preciso desacelerar, dizem médicos.


Quem nunca sentiu aquele famoso tremor nas pálpebras? Algo tão irritante quanto impossível de ser controlado. Pior: pode durar dias, com direito a curtos intervalos. Mas por que isso é tão comum e, ao mesmo tempo, difícil de ser evitado?

A oftalmologista Andrea Lima Barbosa, diretora médica da Clínica dos Olhos São Francisco de Assis (RJ), conta que é extremamente comum pessoas chegarem a seu consultório com essa queixa.

"É sempre preocupante para a pessoa e o correto é procurar um especialista, mesmo. Esse tremor palpebral em episódios é uma luz vermelha avisando que algo não vai bem não só no seu corpo, mas em sua vida", alerta a médica.

Ela conta que o tremor é um sinal de que a pessoa pode estar no auge do estresse. "Pode ser fadiga, ansiedade, resultado de noites mal dormidas ou problemas pessoais , por exemplo".

SAIBA AS CAUSAS E COMO TENTAR EVITAR:

Como as causas são diversas, para evitar o tremor involuntário das pálpebras deve-se identificar a mais importante e agir nela:

- Fadiga: pode ser causada pelo uso contínuo de computadores ou monitores (síndrome da visão do computador). Nestes casos há necessidade de se intercalar períodos de trabalho com períodos de descanso dos olhos, ou seja, a mudança de foco durante 15 minutos, antes de prosseguir no uso;

- Estresse: deve-se tentar evitar ou resolver as condições ou as situações do ambiente de trabalho ou familiar que estejam ligadas ao aumento da ansiedade; pode-se tentar a utilização de medicação relaxante muscular leve, sob indicação médica;

- Secura nos olhos: também pode estar relacionada ao uso contínuo de computadores. Usar colírios lubrificantes preventivamente é indicado, assim como aumentar a umidificação do ambiente de trabalho;

- Cafeína: se a causa for associada ao consumo excessivo de cafeína, de bebidas energéticas ou de cigarro, deve-se reduzir ou suspender seu consumo;

- Não identificadas: sugere-se a consulta oftalmológica completa com objetivo de se avaliar a função muscular das pálpebras, a superfície ocular, erros refracionais ou fundo de olho.

Fonte: Norma Allemann, Professora Adjunta do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de Medicina – UNIFESP.

Estresse

Barbosa explica que o tremor, quase sempre unilateral, aparece porque liberamos hormônios ligados ao estresse que vão para o sistema nervoso autônomo. Estes hormônios levam estímulos para as pálpebras, que passam a ter contrações involuntárias, ou seja, impossíveis de se controlar.

Com ela concorda o oftalmologista Luiz Carlos Portes, ex-presidente e membro do conselho consultivo da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. Ele acrescenta alguns outros fatores que podem desencadear o problema: ingestão excessiva de cafeína, carência de vitaminas, idade avançada, excesso de horas em frente ao computador etc.

Ambos enfatizam que o oftalmologista deve ser consultado para descartar qualquer doença, mas o comum é mesmo que tudo não passe de estresse. Porém, se for algo além disso, o paciente será encaminhado para um neurologista, por exemplo.

Portes, porém, avisa que algumas doenças como conjuntivite e olho seco também podem provocar os espasmos. Isso sem contar que pessoas com mal de Parkinson e Síndrome de Tourette (desordem neurológica ou neuroquímica caracterizada por tiques, reações rápidas, movimentos repentinos ou vocalizações que ocorrem repetidamente) também sofrem com esses espasmos.

Procurar o médico

"Por isso é importante consultar um oftalmologista", enfatiza o médico. Porém, como na maioria dos casos o problema advém mesmo do estresse, ele comenta: "Há pessoas que ao ficarem estressadas, sentem azia. Outras têm dor nas costas e algumas têm este tremor. É difícil, mas é preciso achar um caminho para não sentir tudo isso".

"Você tem de se perguntar: o que vai fazer da sua vida? Como anda o trabalho e os relacionamentos. Eu indico relaxamento, ioga, meditação, algo para acalmar mesmo. E, na medida do possível, evitar se estressar", alerta Barbosa.

A médica insiste que é preciso tomar cuidado porque, se a pessoa não se cuidar, poderá desenvolver doenças cardíacas, depressão, ansiedade ou hipertensão, por exemplo.

"É preciso mesmo repensar a vida", ressalta, acrescentando que ela própria já passou por isso: "Quando eu fazia plantão médico, eu mesma tinha isso com frequência. Era uma época bem estressante para mim". Portes também já teve o mesmo problema, quando se preparava para o vestibular: "Eram menos opções de faculdades e a pressão era ainda maior. Estudava muito!".

Como fazer parar?

Uma receita caseira dá conta de que compressas de chá de camomila ajudariam a parar o tremor. "Melhor tomar o chá", brinca a médica. Porém, ela ensina que gelo é bom, porque anestesia a musculatura.

Já o médico conta que indica ao paciente um relaxante muscular, mas também aconselha a pessoa a ir ao cinema, praticar exercícios e descansar, pois o comum é que o tremor passe quando ela conseguir relaxar. "Se notamos que é algo de ordem pessoal ou depressão mesmo, o correto é encaminhar a um psicólogo ou psiquiatra".

Botox

Se a pessoa tiver o tremor de forma crônica, pode ser algo mais grave. "Existe a doença do espasmo essencial, blefarospasmo, que é rara. É o famoso tique nervoso, a pálpebra fica tremendo o tempo todo. Daí é preciso tratamento com um neuro-oftalmologista que usará injeções de Botox", conta a médica. A indicação ocorre porque a toxina botulínica paralisa o músculo.

Norma Allemann, professora adjunta do Departamento de Oftalmologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), conta que, em alguns desses casos, após diagnóstico diferencial adequado com doenças neurológicas que podem estar associadas, a toxina botulínica é aplicada em forma de injeções e tem duração variável de efeito, entre três e seis meses. "O blefarospasmo é uma condição rara, um tipo de distonia facial, geralmente bilateral e associado a contraturas de outros músculos da face e caracterizado pela impossibilidade de controle voluntário. Pode ser um sintoma de doenças neurológicas e deve ser acompanhado de consulta especializada para diagnóstico", encerra.

Cármen Guaresemin
Do UOL, em São Paulo


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