Grandes doses aumentam as taxas de sobrevivência em 26%.
Melhor combinação seria tomar a vitamina ao lado dos medicamentos.
Marília Juste Do G1, em Chicago
A vitamina E, encontrada em óleos vegetais, tomada em doses cavalares de suplementos, pode ajudar no tratamento do mal de Alzheimer, ao estender a expectativa de vida dos pacientes.
A informação partiu de médicos nesta terça-feira (15) durante a Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia, em Chicago, nos EUA.
A vitamina E é um antioxidante, ou seja, impede danos às células causados pelos radicais livres. Os cientistas sabem há algum tempo que o organismo dos pacientes de Alzheimer possui uma dificuldade para “limpar” os efeitos da oxidação -– o chamado de “estresse oxidativo”. Não se sabe se isso é uma causa ou uma consequência da doença, mas há tempos se suspeita que a vitamina E possa ajudar a resolver o problema.
Para conferir, a equipe da neurologista Valory Pavlik, da Escola de Medicina Baylor, nos Estados Unidos, estudou a taxa de mortalidade de 847 pessoas diagnosticadas com Alzheimer, com idade média de 75 anos, entre 1990 e 2004.
Desse total, dois terços tomavam diariamente 2 mil unidades de vitamina E ao lado de um remédio comum no combate à enfermidade. Menos de 10% dessas pessoas tomavam apenas as unidades de vitamina; e 15% não tomavam nada.
Ao estudar os três grupos, os médicos descobriram que as pessoas com Alzheimer que tomavam vitamina E tinham uma taxa de sobrevivência 26% maior que as que não consumiam a vitamina. “São dados que mostram que esse suplemento pode ter um papel muito importante no tratamento da doença, senão na prevenção”, afirma Pavlik.
Segundo o estudo, a melhor combinação é usar a vitamina ao lado do medicamento. O uso conjunto mostrou melhores resultados do que tomar o suplemento ou o remédio sozinhos.
É importante lembrar que vitamina demais faz mal. A enorme dose usada no estudo era parte do tratamento dos pacientes. “É muito, muito acima do recomendado para pessoas saudáveis, cerca de cem vezes mais”, explica a cientista. Ela ressalta que pessoas saudáveis não podem tomar essa quantidade de vitamina e que pessoas com Alzheimer não devem fazer nada sem consultar o seu médico. Estudos anteriores a esse levantaram dúvidas sobre a segurança de doses tão altas de vitamina E.
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