Acupuntura melhora qualidade de vida dos doentes de Alzheimer
O método estimula o hipocampo, região do cérebro relacionada à memória
Escrito por: Márcio de Luna
Fisioterapeuta e acupunturista
A Doença de Alzheimer foi diagnosticada pela primeira vez em 1906, por Lois Alzheimer. Ela costuma afetar pessoas com mais de 65 anos, apesar de haver casos em mais jovens. Até o momento, apesar do avanço da medicina, é incurável. Os sintomas iniciais da doença são irritabilidade, agressividade, alterações de humor, dificuldade na fala, degeneração do cérebro e principalmente perda da memória.
Mesmo não tendo cura, a Doença de Alzheimer pode ter suas manifestações atenuadas, através de um tratamento multidisciplinar, envolvendo cuidadores, familiares, neuro-psiquiatras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, neuropsicólogos, fonoaudiólogos e mais recentemente o acupunturista.
"A acupuntura é uma importante aliada dos portadores contra a Doença de Alzheimer. Este método chinês milenar trata os sinais e sintomas da doença."
No entanto, a contribuição que a acupuntura pode dar aos portadores da Doença de Alzheimer é pouco explorada. Isso se deve a um certo desconhecimento por parte de neurologistas, psiquiatras e demais profissionais de saúde sobre as potencialidades deste método no tratamento da doença. A acupuntura é uma importante aliada dos portadores da Doença de Alzheimer.
Este método chinês milenar trata os sinais e sintomas da doença, como alterações cognitivas, esquecimento de fatos recentes e antigos, dificuldade motora, variações de humor, fadigas, entre outros, proporcionando dessa forma uma melhor qualidade de vida ao paciente e, consequentemente, mais conforto aos familiares.
O método estimula o hipocampo, região do cérebro relacionada à memória (de longa duração), e também alguns neurotransmissores, como a acetilcolina. Isso contribui para uma vida com menos esquecimentos. Em estudo recente, cientistas da instituição médica Wellesley College, Centro de Pesquisas sobre a Mulher, em Wellesley - Massachusetts, e da Universidade de Hong Kong, relataram os resultados promissores de dois pequenos estudos em uma reunião médica de investigadores de Alzheimer.
No estudo de Wellesley, 11 pessoas com demência (10 com Alzheimer e uma com demência vascular - uma condição relacionada) foram tratadas com acupuntura duas vezes por semana durante três meses. Testes concluídos antes e depois do estudo mediram a função cognitiva e do humor nos seguintes temas de estudo e uma análise mostrou que os tratamentos reduziram significativamente a depressão e a ansiedade.
Já o estudo de Hong Kong, em que oito pacientes com Alzheimer foram tratados durante de 30 dias, concluiu que houve melhora significativa na cognição, habilidades verbais, coordenação motora e na severidade global dos sintomas de Alzheimer. Estudos adicionais estão em andamento para repetir os resultados e explorar ainda mais a eficácia da acupuntura no tratamento de distúrbios de humor e comportamentais associados à doença de Alzheimer.
Na maioria das vezes consegue-se ganhos a longo prazo com um tratamento crônico e persistente, realizado duas vezes por semana. Tanto a área motora como até mesmo a cognição, que é a parte central afetada pela doença, realmente são beneficiados por esse tipo de tratamento não convencional.
Durante a terapia são trabalhados pontos que estão localizados entre os cotovelos e as mãos e entre os joelhos e pés, além dos pontos das orelhas, nuca e couro cabeludo. A acupuntura também age na prevenção de outras doenças degenerativas.
O tratamento ininterrupto e contínuo com a acupuntura inibe ou, mesmo, suprime a expressão de genes patológicos que levam a manifestação de doenças que carregamos latentes em nossos genes e que não temos consciência disso. Ao promover o equilíbrio das funções mentais e orgânicas em geral, o método também diminui ou evita o aparecimento de doenças degenerativas.
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