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20 de set. de 2012

ALZHEIMER & SONHOS



PESQUISA RELACIONA ALZHEIMER A SONHOS

Segundo neurologista, o fato de a pessoa esquecer o que se passou no sono pode revelar a chegada da doença


Lembrar-se cada vez menos dos sonhos até esquecer-se completamente do que se passou durante parte do sono pode ser sinal de que o mal de Alzheimer está ganhando terreno em nosso cérebro. É o que observa o neurologista Paulo Brito, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), que há quatro meses iniciou pesquisa com pacientes da unidade. Atentar para esse sintoma contribui para o diagnóstico precoce, chave de um futuro com mais qualidade de vida tanto para os afetados pela doença quanto para seus cuidadores.

Saber mais cedo se a enfermidade chegou é o tema deste ano do Dia Mundial da Doença de Alzheimer, que acontece nesta sexta-feira e terá atividades no Recife. Mas apresentar isoladamente a falta de lembranças dos sonhos não define o diagnóstico dessa enfermidade, como aponta a investigação do Huoc. Se a pessoa tem perda da memória recente, falta de coordenação motora, problema na fala, alterações de humor ou dificuldade de localização espacial, é hora de buscar ajuda.

Esquecer-se de um ou outro sonho é normal e até frequente em quem não tem o mal, ressalta Brito. Porém o sinal de alerta deve acender quando a perda for progressiva. “O padrão de lembrança dos sonhos varia. Um indivíduo pode recordar dos sonhos duas vezes por semana. Isso é comum. Mas se depois de uma certa idade a lembrança vem cada vez menos, pode ser um sinal importante para nós, apesar de inicialmente parecer inofensivo.”

O serviço de neurologia do comportamento do Huoc atende 12 novos pacientes com Alzheimer todos os meses. Nos últimos 15 anos, a média de idade deles vem decrescendo, o que significa que têm recebido diagnóstico no início dos sintomas. “Se antes chegavam pessoas com mais de 60 anos e já em fase avançada, sem poder falar e totalmente dependentes, hoje vêm a partir dos 50, o que resulta numa qualidade de vida melhor após o início do tratamento”, diz Brito.

Normalmente, a pessoa afetada não se dá conta de que tem um mal. Por isso, quem vive com ela tem papel fundamental no tratamento. Cinco anos atrás, a aposentada Júlia* (nome trocado a pedido), 67 anos, que mora em Olinda, desconfiou que a irmã mais velha, Maria*, 74, poderia ter a doença e procurou o Huoc. Maria começou trocando pedidos de clientes do ateliê de móveis que mantinha com a irmã. Agora depende de Júlia para tudo.

Sem saber quase nada do Alzheimer ao ouvir o diagnóstico, hoje Júlia é a cuidadora que dedica 24 horas do dia a dar uma vida mais confortável para a irmã. “Jamais deixaria ela ir para um abrigo. Estou a seu lado por amor, mas acima de tudo é uma questão de humanidade.”

FONTE JORNAL DO COMÉRCIO
Publicado em 20/09/2012

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