7 de out. de 2011
28 de set. de 2011
Abuso de tranquilizantes pode aumentar risco de Alzheimer
DA FRANCE PRESSE
O consumo crônico de benzodiazepinas (tranquilizantes, soníferos) aumenta o risco de uma pessoa sofrer de Alzheimer, segundo os primeiros resultados de um estudo francês, divulgados na revista "Sciences et Avenir" (Ciência e Futuro).
Anualmente entre 16 mil e 31 mil casos de Alzheimer seriam provocados na França por tratamentos com BZD (benzodiazepinas) ou similares e seus genéricos: Valium, Temesta, Xanax, Lexomil, Stilnox, Mogadon, Tranxène, etc., noticia a revista em sua edição de outubro.
Em torno de 120 milhões de caixas são vendidas por ano. Na França são consumidos de cinco a dez vezes mais soníferos e ansiolíticos do que em seus vizinhos europeus, acrescentou a "Sciences et Avenir".
O encarregado do estudo, professor Bernard Begaud (Inserm/Universidade de Bordeaux), se referiu às constatações como "uma verdadeira bomba".
"As autoridades precisam reagir", acrescentou, em declarações à revista. Devem agir muito mais, se levarem em conta que "de nove estudos, incluindo o nosso, a maioria (seis) vai neste sentido de uma relação entre o consumo de tranquilizantes e soníferos durante vários anos e o Alzheimer", afirmou.
"É um sinal de alerta muito forte", enfatizou.
O estudo foi realizado com 3.777 indivíduos de 65 anos ou mais que tomaram BZD entre dois e dez anos.
"Ao contrário das quedas e fraturas causadas por estes medicamentos, os efeitos cerebrais não são imediatamente perceptíveis, tendo que se aguardar alguns anos para que surjam", disse o pesquisador.
"Se em epidemiologia é difícil estabelecer uma relação direta de causa e efeito, quando há uma suspeita, parece normal agir e tentar limitar as prescrições inúteis, que são muitas", afirmou.
O aumento do risco, entre 20% e 50%, pode parecer pouco em escala individual, mas não na escala da população, por causa do consumo destes medicamentos por idosos, destacou a revista.
Segundo o professor Begaud, no total, 30% dos maiores de 65 anos consomem BZD, uma proporção enorme, e na maioria das vezes de forma crônica.
As prescrições são, regularmente, limitadas a duas semanas para os hipnóticos e doze semanas para os ansiolíticos.
A forma como os BZD atuam no cérebro para aumentar este risco de demência continua um mistério.
Mas o problema já tinha sido mencionado em 2006 em um relatório do Gabinete Parlamentar de Políticas de Saúde sobre Remédios Psicotrópicos.
"Depois não se fez nada", criticou o especialista.
21 de set. de 2011
'Diagnóstico precoce é fundamental no tratamento do Alzheimer'
Segundo o neurologista André Gustavo Lima, a doença não tem um diagnóstico definitivo. O especialista afirma que os idosos devem começar a fazer exames periódicos com 65 anos, como o de sangue e de imagem.
Esta quarta-feira (21) é o Dia Mundial da Doença de Alzheimer. A data internacional mostra o peso que a doença tem e a importância de combatê-la. De acordo com a ONU, 75% dos doentes desconhecem que sofrem do mal. De acordo com André Gustavo Lima, neurologista da Academia Brasileira de Neurologia, a família é envolvida e sempre é a última a perceber: “Por causa do contato diário, a família não percebe que o esquecimento é um sintoma. Atualmente, não há um diagnóstico definitivo, apenas um diagnóstico de exclusão. É preciso excluir todas as outras doenças que causam o sintoma para poder afirmar que é Alzheimer”, explica.
O neurologista afirma que o diagnóstico precoce é fundamental no tratamento e que os idosos devem começar a fazer exames com 65 anos para descobrir se é possuidor da doença ou não. O paciente deve fazer um acompanhamento anual, exames de sangue e imagem para ver se está com atrofia de cérebro ou alguma carência que possa ser revertida: “Um esquecimento pequeno deve ser investigado. É possível ter algumas indicações com exames de imagem, como a diminuição do cérebro, que indica que o órgão está inativo”, diz André Gustavo Lima.
13 de set. de 2011
ÁLCOOL E NICOTINA - GENE
13/09/2011 07h00
Cientistas encontram gene ligado à dependência do álcool e da nicotina
Um única medicamento poderia tratar ambos os casos.
Descoberta veio de testes com camundongos.
Do G1, em São Paulo
Cientistas encontraram uma enzima que, ao que parece, está envolvida na resposta do cérebro ao álcool e à nicotina. O achado gera a esperança de que a dependência das duas drogas possa vir a ser tratada com um único medicamento, no futuro.
Num estudo publicado pela revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)”, os pesquisadores conseguiram criar camundongos sem o gene da proteína quinase C épsilon. Comparados aos animais que tinham o gene, eles consumiram uma solução de nicotina em quantidade menor.
Além disso, mantiveram a quantidade consumida num nível estável, ao contrário do outro grupo. Isso indica que o gene está relacionado à dependência química da nicotina.
No passado, um procedimento semelhante mostrou que o mesmo gene está ligado ao alcoolismo.
“Isso pode significar que esses camundongos [os que não têm o gene] não têm o mesmo senso de recompensa da nicotina e do álcool”, afirmou Robert Messing, da Clínica e Centro de Pesquisa Ernest Gallo, ligado à Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos EUA. O sistema de recompensa é um setor do cérebro relacionado ao vício.
Na visão do pesquisador, portanto, um medicamento que neutralizasse a ação desse gene poderia ser uma forma de tratar a dependência do álcool e do tabaco.
MÚSICA e DOPAMINA
10/01/2011 12h57
Ouvir música causa liberação de dopamina, diz pesquisa
Neurotransmissor é estimulado por prazeres específicos como melodias.
Estudo foi publicado na 'Nature Neuroscience'.
Da France Presse
O intenso prazer que se sente ao escutar música provoca no cérebro a liberação de dopamina, um neurotransmissor que serve para avaliar ou recompensar prazeres específicos associados à alimentação, drogas ou dinheiro, de acordo com um estudo publicado no domingo (9) na publicação científica "Nature Neuroscience".
A dopamina é uma substância química da molécula do "sistema de recompensa", que serve para reforçar alguns comportamentos essenciais à sobrevivência (alimentação), ou que desempenha um papel na motivação (recompensa secundária por meio do dinheiro).
Escutar música causa a secreção de dopamina em dois momentos. (Foto: Jeffrey Chen / stock.xchgn)
Então como pode estar envolvida em um prazer abstrato como o de ouvir música, que não parece ser diretamente indispensável para a sobrevivência da espécie?
Para entender isso, pesquisadores da Universidade McGill, em Montreal (Canadá), selecionaram dez voluntários de 19 a 24 anos entre os 217 que responderam a um anúncio solicitando pessoas que sentiram "estremecimentos", sinais de extremo prazer, ao escutar música.
Graças a vários aparelhos de diagnóstico por imagens, a equipe de Salimpoor Valorie e Robert Zatorre mediu a liberação de dopamina e a atividade do cérebro. Paralelamente, sensores informavam a freqüência cardíaca e respiratória dos voluntários, bem como sua temperatura ou sinais de estremecimento de prazer no nível da pele.
Os resultados publicados na "Nature Neuroscience" mostram que a dopamina é secretada antes do prazer associado à música ouvida, e durante o próprio "estremecimento" de prazer, ou seja, no auge emocional. Tratam-se de dois processos fisiológicos distintos que envolvem diferentes regiões no "coração" do cérebro.
Durante o auge do prazer, é ativado o núcleo "accumbens", envolvido na euforia produzida pela ingestão de psicoestimulantes, como a cocaína. Antes, no prazer por antecipação, a atividade da dopamina é observada em outra área do cérebro.
O nível de liberação da dopamina varia com a intensidade da emoção e do prazer, em comparação com as medições realizadas ao escutar uma música "neutra", isto é, indiferente aos voluntários.
"Nossos resultados ajudam a explicar porque a música tem esse valor em todas as sociedades humanas", concluem os pesquisadores. Permitem compreender "porque a música pode ser utilizada de forma eficaz em rituais, pelo marketing ou em filmes para induzir estados de humor".
Como um prazer abstrato, a música contribuiria, graças à dopamina, para um fortalecimento das emoções, ao estimular noções de espera (da próxima nota, de um ritmo preferido), de surpresa, de expectativa.
3 de set. de 2011
Características da Depressão Psicótica
Pesquisadores descobrem características da depressão psicótica | |||||
Alteração cerebral pode ser responsável pelo surgimento de alucinações e pela distorção da realidade | |||||
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Pessoas com depressão muitas vezes apresentam manifestações psicóticas. Apesar de esses casos não serem raros, eles frequentemente são associados a sintomas de outros tipos de depressão, o que dificulta a adoção de tratamentos específicos. Agora, correlacionando dados de neuroimagem e testes clínicos, um grupo de pesquisadores do Departamento de Neurociência e Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP), coordenado pela médica Cristina Marta Del Bem, dá os primeiros passos para definir as diferenças clínicas e biológicas entre depressão psicótica e não psicótica.
Durante o estudo, feito com 23 voluntários com depressão psicótica, 25 com depressão não psicótica e 29 saudáveis, os participantes foram submetidos a exames de neuroimagem, a avaliação clínica e a testes de memória verbal e visual. Em um dos experimentos as pessoas tinham de memorizar 15 palavras com significado positivo, negativo ou neutro e, em seguida, identificar, em uma segunda lista, os vocábulos que constavam também na primeira. Outro teste envolvia a identificação de rostos humanos com diferentes expressões, que variavam entre “boas” ou “ruins”.
Os pesquisadores observaram que embora todos os participantes apresentassem o mesmo grau de depressão, os com manifestação psicótica prestaram mais atenção às imagens negativas ou às expressões de tristeza. “Eles não percebiam estímulos positivos que já haviam visto ou acreditavam se lembrar de imagens negativas que, na realidade, não tinham sido mostradas anteriormente. É como se eles apresentassem um viés para o que é ruim”, ressalta Cristina. Os exames físicos mostraram que os voluntários com depressão psicótica apresentaram, ainda, alterações no volume cerebral, notadas principalmente pela diminuição do istmo do giro do cíngulo, uma estrutura que faz parte do sistema límbico e é responsável pelas emoções. Segundo os estudiosos, essa redução diferencia claramente os dois casos de depressão estudados na pesquisa. Além disso, quanto mais grave o caso psicótico, menor era a região.
Os cientistas acreditam que o trabalho possa ajudar a descobrir até que ponto a depressão com psicose pode estar ligada à percepção distorcida de um estímulo externo. “É uma hipótese que estamos levantando. A possibilidade de uma distorção na forma de ver estímulos externos é, a princípio, coerente com a presença de delírios e alucinações”, reforça Cristina.
31 de ago. de 2011
VÍRUS PARA COMBATER CÂNCER
1/08/2011 17h29 - Atualizado em 31/08/2011 18h12
Terapia com vírus para combater câncer é primeira a obter sucesso
Testes clínicos foram conduzidos em 23 pacientes com a doença.
Micro-organismo conseguiu afetar somente tecidos malignos.
Do G1, em São Paulo
Parte de tumor em região do reto. Na foto, pontos
verdes mostram a presença dos vírus em todo o
tecido. (Foto:Naomi de Silva/Divulgação)
verdes mostram a presença dos vírus em todo o
tecido. (Foto:Naomi de Silva/Divulgação)
Pesquisadores da Universidade de Ottawa, no Canadá, e de outras instituições de ensino divulgaram os resultados da primeira terapia com vírus para combater câncer. Os dados foram divulgados na edição desta semana da revista científica "Nature". Os testes clínicos mostraram que a técnica pode ser usada em tecidos com câncer sem afetar os saudáveis.
Os testes foram feitos em 23 pacientes, sete deles atendidos no Hospital de Ottawa. Todos tinham câncer em estágio avançado e espalhado por diversos órgãos do corpo. O tratamento convencional já não surtia efeito.
Eles receberam uma injeção que continua um vírus chamado JX-594 e passaram por biópsias - a retirada cirúrgica de tecidos cancerígenos para análise em laboratório - 10 dias depois. Sete de oitos pacientes no grupo que recebeu as maiores dosagens da terapia viral apresentaram evidências da reprodução do micro-organismo somente nos tecidos malignos. Os órgãos não afetados pela doença não foram "infestados" pelo vírus.
Os efeitos colaterais apresentados foram gripes moderadas, com sintomas que duraram menos de um dia. Segundo os médicos, é a primeira vez na história da medicina que uma terapia viral por injeção na veia demonstrou selecionar apenas o tecido afetado pela doença para agir.
Conseguir injetar a medicação na circulação do paciente é importante para os especialistas, pois permite atingir tumores espalhados em todo o corpo. Outra vantagem seria a possibilidade de expressar genes "estrangeiros" dentro dos tumores, o que possibilitaria novos alvos para terapia contra o câncer
Ainda que não tenha sido o propósito principal do estudo - ou seja, ver se o vírus conseguia se integrar com segurança apenas ao tecido com câncer -, os canadenses destacaram que a atividade anti-câncer também foi estudada. Seis dos oito pacientes que receberam as maiores doses da terapia apresentaram estabilização e até diminuição dos tumores.
Apesar dos avanços, os médicos destacam que outros estudos ainda são necessários para provar que a nova técnica é eficiente no tratamento do câncer. Testes clínicos costumam ser divididos em até três fases, sendo a última realizada com um número grande de pacientes.
30 de ago. de 2011
Recriados neurônios de pacientes esquizofrênicos.
30/08/2011 21h20 - Atualizado em 30/08/2011 21h20
Laboratório nacional recria neurônios de pacientes com esquizofrenia
Equipe da UFRJ transformou células-tronco induzidas em células cerebrais.
Técnica pode ajudar na procura por remédios para combater o distúrbio.
Do G1, com informações do Jornal Nacional
Um laboratório na Universidade Federal do Rio de Janeiro funciona como uma espécie de fábrica de células. No local, os cientistas brasileiros conseguiram recriar neurônios de pacientes que sofrem de esquizofrenia - um transtorno mental sem cura, mas que pode ser controlado com medicamentos. Eles aplicaram uma tecnica criada no Japão em 2007, com tecnologia totalmente brasileira.
Os pesquisadores usaram um pedaço de pele de uma pessoa esquizofrênica e - com a ajuda de um vírus - forçaram as celulas a "voltar no tempo" até virarem células tronco embrionárias, que dão origem a vários tecidos. O passo seguinte foi fabricar os neurônios.
Durante a pesquisa, a equipe brasileira conseguiu identificar certas alteracões nos neurônios de um paciente esquizofrênico. Essas células consomem mais oxigênio e produzem mais radicais livres, o que pode provocar danos às celulas.
Os neurônios criados em laboratório devem ajudar os cientistas a entender melhor esse distúrbio e a encontrar medicamentos mais eficientes para tratar a esquizofrenia. As descobertas feitas no laboratório podem trazer maior esperança a quase dois milhões de brasileiros que sofrem desse mal.
No futuro, será possível vislumbrar uma medicina individualizada. Com um fragmento da pele de um paciente, será possível transformar a pele em célula-tronco e, depois, em neurônio. A partir daí, medicamentos poderão ser testados para que se descubra qual são mais eficazes para determinado paciente.
16 de ago. de 2011
EVITAR O "ALASTRAMENTO" DO CÂNCER.
Estudo abre caminho para tratamentos que evitem o alastramento do câncer
Cientistas britânicos dizem ter descoberto de que forma células cancerosas conseguem sair de tumores e se espalhar pelo corpo, um avanço que abre caminho para o desenvolvimento de drogas que impeçam o alastramento da doença.
Os pesquisadores, do Institute of Cancer Research, em Londres, Inglaterra, dizem ter identificado uma proteína conhecida como JAK que ajuda as células cancerosas a gerar força necessária para o alastramento.
Em artigo publicado na revista Cancer Cell, a equipe diz que as células se contraem como músculos para gerar a energia que permitirá que se movam, forçando seu caminho pelo organismo.
Quando um câncer se espalha - um processo conhecido como metástase - ele se torna mais difícil de tratar, já que tumores secundários tendem a ser mais agressivos.
Estima-se que 90% das mortes provocadas pelo câncer ocorram após a metástase - o que torna imperativo que o processo de alastramento da doença seja controlado.
A proteína JAKApós estudar substâncias químicas envolvidas no processo de alastramento das células em melanomas - câncer de pele -, a equipe concluiu que as células cancerosas se alastram de duas formas.
Elas podem forçar sua passagem para fora de um tumor ou o próprio tumor forma corredores por meio dos quais as células podem escapar.
O líder do estudo, Chris Marshall, disse que ambos os processos são controlados pela mesma substância.
"Existe um padrão comum de uso da força gerada pelo mesmo mecanismo, uma mesma molécula, chamada JAK", ele disse.
A proteína JAK já é conhecida por especialistas que estudam o câncer. Ela já foi, por exemplo, associada à leucemia. Por conta disso, já há drogas sendo desenvolvidas para atuar sobre ela.
"Nosso novo estudo sugere que essas drogas possam, talvez, interromper também o alastramento do câncer", disse Marshall.
"O teste vai ser quando começarmos a ver se qualquer desses agentes vai impedir o alastramento. Estamos pensando em (realizar) testes clínicos nos próximos anos", acrescentou.DesafioUma representante da entidade de fomento a pesquisas sobre o câncer Cancer Research UK disse que o grande desafio no tratamento da doença é impedir o alastramento pelo corpo e manter o câncer que já se alastrou sob controle.
A representante, Lesley Walker, disse: "Descobrir como as células cancerosas podem abrir passagem pelos tecidos, saindo dos tumores primários e se espalhando por outras áreas, dá aos cientistas uma melhor compreensão a respeito de formas de parar o alastramento".
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