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17 de nov. de 2010

Bebidas energéticas com cafeína propiciam alcoolismo

Transcrevendo
Bebidas energéticas com cafeína propiciam alcoolismo




WASHINGTON, 17 novembro 2010 (AFP) - O consumo regular de bebidas energéticas com altos índices de cafeína favorecem o alcoolismo, revela um estudo com mil estudantes de universidades americanas.


Energético com 12% de cafeína vendido nos EUA
misturado a álcool levou cinco estudantes de
Washington ao hospital recentemente



A pesquisa concluiu que consumidores frequentes de energéticos cafeinados bebem álcool mais regularmente e em maior quantidade que os demais, aumentando seu risco de alcoolismo.


Os consumidores frequentes de bebidas energéticas correm ainda mais risco de sofrer problemas relacionados ao álcool, como desmaios e ressaca, e são mais suscetíveis a se machucar, revela o estudo, liderado por Amelia Arria, pesquisadora da Universidade de Maryland.


O trabalho faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre o alcoolismo, que será divulgada no próximo ano.

O relatório é divulgado em meio a um intenso debate nos Estados Unidos sobre os riscos de bebidas que combinam álcool e cafeína e são especialmente direcionadas aos jovens.


Michigan, Nova York, Oklahoma, Utah e Washington preparam medidas que proíbem bebidas que combinam cafeína ao álcool, do mesmo modo que muitas universidades americanas.

16 de nov. de 2010

PRIMEIROS SINAIS DE ALZHEIMER



Pesquisas buscam identificar primeiros sinais de Alzheimer

Cientistas creem que as drogas são administradas tarde demais, quando há muitos danos às células cerebrais

Grande parte da pesquisa sobre o mal de Alzheimer em 2011 envolverá uma viagem ao passado, na tentativa de determinar quando e como o cérebro começa a se deteriorar.

Os cientistas hoje sabem que o mal de Alzheimer ataca o cérebro muito antes que as pessoas apresentam perda de memória ou declínio cognitivo. No entanto, a especificação é crucial porque, até o momento, várias drogas falharam em tratar a doença de forma eficaz em pessoas que já exibem os sintomas.

Muitos cientistas agora creem que o problema é que as drogas são administradas tarde demais quando, "há muitos danos às células cerebrais e tentamos tratar um cérebro bastante prejudicado", como colocou o Dr. John C. Morris, especialista em Alzheimer da Washington University, em St. Louis.

Se as drogas pudessem ser administradas antes, adaptadas para mudanças biológicas específicas (ou biomarcadores) no cérebro, o tratamento, ou prevenção, poderia ter mais sucesso.

"Estamos tentando retroceder o máximo que podemos no curso da doença", disse Neil Buckholtz, chefe da área de Demências do Envelhecimento do Instituto Nacional de Envelhecimento. "A ideia é identificar como as pessoas avançam nesses estágios e quais as indicações de cada fase".

Vários projetos de pesquisa esperam avançar no próximo ano.

Um deles envolve a maior família do mundo a sofrer de Alzheimer, um clã estendido de cerca de 5 mil pessoas na Colômbia, muitos dos quais herdaram uma mutação genética que garante que eles desenvolverão demência, geralmente na casa dos 40 anos. Exceto por sua causa claramente genética e por atingir as pessoas ainda jovens, a condição dos colombianos é praticamente idêntica no processo da doença ao Alzheimer comum, que possui causas desconhecidas e aflige milhões de idosos.

Uma equipe de cientistas americanos e colombianos planeja testar tratamento com colombianos com 30 e poucos e 40 e poucos anos que estão fadados a desenvolver Alzheimer, mas que ainda não apresentaram sintomas, para ver se a demência pode ser prevenida ou adiada de forma significativa. O tratamento, que deverá ser escolhido por um painel independente, será uma droga ou vacina que ataca depósitos de beta-amiloide, proteína associada a placas, entre as células nervosas. Um dos líderes do projeto, o Dr. Eric Reiman, diretor do Banner Alzheimer’s Institute, em Phoenix, afirmou que os testes em 2 mil pessoas, incluindo 750 indivíduos com a mutação, provavelmente serão iniciados no final do próximo ano ou no começo de 2012.

Enquanto isso, o projeto, iniciado este ano, tem feito descobertas promissoras. Para tentar encontrar a menos idade na qual aparecem mudanças cerebrais, foram conduzidos exames cerebrais, de medula e de memória com 44 membros da família, com idades entre 18 e 26 anos.

Embora Reiman tenha dito que ainda não pode discutir dados específicos, os testes mostraram evidências suficientes de biomarcadores relacionados ao mal de Alzheimer nas pessoas com a mutação, por isso exames de ressonância magnética serão realizados no cérebro de membros da família ainda mais jovens, com idades entre 8 e 17 anos. Se os exames revelarem que crianças com a mutação possuem anomalias parecidas com as associadas ao mal de Alzheimer, como atrofia no hipocampo, que está envolvido na formação de novas memórias, isso pode sugerir que o cérebro começa a se transformar décadas antes do aparecimento dos sintomas.
Para avaliar quando a beta-amiloide começa a se acumular, o projeto também conduzirá exames de imagem para amilóide em 50 membros adicionais da família, com idade a partir de 18 anos.

A equipe de Reiman também planeja testar tratamentos com drogas em um grupo não relacionado: americanos com idades entre 60 e 80 anos com uma característica rara diferente: duas cópias do gene ApoE4, que não causa, mas aumenta o risco de desenvolver mal de Alzheimer comum.

Um projeto diferente, a rede Dominantly Inherited Alzheimer Network (DIAN), liderada por Morris, está estudando membros de famílias nos Estados Unidos, Austrália e Grã-Bretanha que possuem mutações causadoras de demência aos 46 anos, em média. A DIAN recrutou cem pessoas, com idade a partir de 18 anos, cujos pais tiveram mutações causadoras de Alzheimer, mas que ainda não apresentaram sintomas. Planeja-se recrutar outros 300 indivíduos. Até o momento, os pesquisadores encontraram evidência de que "mudanças em biomarcadores parecem ocorrer pelo menos 10 ou 20 anos antes da idade em que os sintomas aparecem", disse Morris.

A DIAN também planeja testar drogas em participantes, possivelmente em três anos, e está negociando com empresas, que estão interessadas, mas precisam da garantia de que testar drogas em pessoas aparentemente saudáveis, as que não apresentam sintomas, valerá o investimento e o risco potencial, comentou Morris.

Os projetos na Colômbia e da DIAN "realmente são a primeira vez em que empresas se envolvem seriamente nisso", disse Morris. Ele acredita que o mal de Alzheimer é tão complexo que será necessária uma combinação de drogas para atacar diferentes biomarcadores.

Outro projeto que busca sinais precoces é a Alzheimer’s Disease Neuroimaging Initiative, ou ADNI, uma colaboração do governo com a indústria, envolvendo cientistas em 55 locais de pesquisa nos Estados Unidos e no Canadá. Ela tem acompanhado cerca de 800 pessoas por aproximadamente seis anos e produziu descobertas significativas sobre as mudanças no hipocampo e sobre exames para detectar proteínas associadas ao Alzheimer com tomografias por emissão de pósitrons e testes de medula.

A ADNI recrutará mais 550 participantes, incluindo muitos com perda de memória em desenvolvimento, chamada de déficit cognitivo leve precoce.

Segundo Buckholtz, eles "não serão tão espertos quanto antes, mas sem terem chegado ao ponto de esquecer as coisas".



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